sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Coordenadora do Cejusc/TRT-MA admite que juiz não trabalha às sextas-feiras



“Hoje é feriado na Justiça do Trabalho? Às sexta-feiras, não têm audiência nas Varas?”. O questionamento demonstra o assombro do presidente do Sindicato dos Advogados do Maranhão (SAMA), Mozart Baldez, ao se deparar com um dos principais problemas na Justiça do Trabalho no Maranhão: a morosidade provocada pela lentidão no julgamento de processos.

O que impressiona é que a constatação da jornada TQQ na justiça trabalhista – jargão jurídico atribuído aos juízes que cumprem suas funções apenas às terças, quartas e quintas-feiras, ou terças e quartas – foi admitida por uma magistrada: Ângela Cristina Carvalho Mota Luna, que é Coordenadora do Centro Jurídico de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejusc)/TRT-MA, durante conversa com o líder sindical que representa os profissionais da advocacia maranhense.

O encontro realizado na manhã de hoje faz parte da inspeção do SAMA que está sendo feita ao longo deste mês em órgãos do Judiciário Maranhense da capital e do interior. As informações levantadas serão analisadas para formalização de um documento que será encaminhado à Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo a juíza Ângela Cristina Carvalho Mota Luna, as Varas e a Cejusc não realizam audiência às sextas-feiras. “Como assim?”, indagou o presidente do SAMA. “Hoje é dia de planejamento”, acrescentou Ângela. Ao tomar conhecimento do caso, destacou que vai pedir, em relatório ao CNJ, o afastamento de juízes e desembargadores flagrados trabalhando em dias alternados.

“Não é justo um magistrado receber seu salário de forma integral, sendo que trabalha em dias alternados. Juiz é um servidor público e se ele não trabalha de forma integral afeta o trabalho dos advogados e prejudica as demandas dos jurisdicionados”, disse Baldez.

CONFUSÃO

A visita acabou irritando a magistrada, que em tom de arrogância, e evidenciando um total despreparo diante dos questionamentos, convidou os advogados a sairem da sala.“ Vocês vieram aqui fazer palco, portanto agora queiram fazer o favor de se retirar “, afirmou a magistrada, achando que estivesse em sua própria casa.

Na oportunidade, a advogada e jornalista- Itamargarethe Correa Lima, retrucou: Você é juíza para você, da mesma forma que sou jornalista e advogada para mim. Aqui não é a sua casa. Aqui é um órgão público, então não venha com esse ar de superioridade, como se fosse a rainha de sabá, nos convidando para sair do prédio. Sabe qual o problema de vocês? A toga os fazem pensar que são intocáveis ou superiores a tudo e todos. Vocês são barnabe, assalariados, precisam cumprir uma jornada de 40 h semanal como todo trabalhador brasileiro, enfim, precisam prestar conta do que fazem, pois enquanto cidadãos, somos nós que pagamos seus subsídios “, bradou.


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