A suplente escolhida pelo então senador eleito pelo Maranhão, em 2022, Flávio Dino, foi justamente a esposa de um aliado, o deputado estadual Othelino Neto: Ana Paula Lobato, sem nenhuma consistência ou trajetória diante de tantos outros políticos locais para vir a ser senadora da República, conhecida por afirmar que o escritor maranhense Graça Aranha era “uma escritora maranhense, na lista das “grandes maranhenses que fizeram história”.
O próprio Dino decidiu trocar a Magistratura pela Política, em 2006, porque seu irmão, Sálvio Dino Júnior, era secretário de Direitos Humanos do então governador José Reinaldo Tavares. Ambos eram filhos de um político, Sálvio Dino, que havia sido deputado estadual e prefeito de João Lisboa.
O parlamentar Rodrigo Lago, que também joga hoje no time da oposição ao grupo governista, tem laços de parentesco com o ex-governador Jackson Lago, é filho de político, o polêmico Aderson Lago, que foi deputado estadual, presidente famoso da CAEMA e chefe da Casa Civil. O mais fiel escudeiro do ex-governador do PCdoB, Márcio Jerry, tinha o irmão João Haroldo, como vice-prefeito de Colinas, candidato a prefeito derrotado nas eleições municipais do ano passado.
Poucos ocupantes de cargos públicos ou mandatos no Executivo ou Legislativo maranhense escapam hoje do DNA familiar ou dos laços de compadrio, corporativismo e conluio. Quando o ministro do STF foi governador do Maranhão, seu grupo de apoio era formado, majoritariamente, por advogados que “aparelharam” seus escritórios para eleger o colega de Justiça. Foram nomeados advogados para comandar o Detran e pela primeira vez a poderosa SECOM ficou um tempo sob o comando de um caudísico, o próprio Rodrigo Lago. O compadrio proporcionou até uma vaga de conselheiro do TCE para o aliado de todas as horas Marcelo Tavares.
Mesmo sem laços sanguíneos, os aliados na política são todos “hermanos” de uma mesma “famiglia” ou grupo. O resto é hipocrisia de quem joga pedra mesmo tempo telhado de vidro.
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