Eles começaram no jornal impresso, atravessaram a transição para o digital e hoje são referência nas redes sociais.
O jornalista Udes Filho e a colunista Célia Lima formam uma das duplas mais queridas e sólidas do conteúdo digital maranhense. Com quase 40 mil seguidores no Instagram, o casal se tornou símbolo de autenticidade e credibilidade, conquistando parcerias com grandes marcas como Subway, Casas Bahia e Grupo Mateus.
Nesta entrevista exclusiva ao Blog do David Max, eles falam sobre o início dessa jornada, os desafios, as viradas e até as propostas inusitadas que já receberam.
Davi Max: Udes, você começou no jornal impresso, passou pelo rádio e hoje é um nome forte nas redes. Como foi essa transição?
Udes Filho: Eu costumo dizer que vivi todas as fases da comunicação. Comecei no jornal impresso, vi de perto o impresso definhar, e aí entrei no jornalismo digital com o portal O Quarto Poder.
Paralelo a isso, eu já vinha tentando entender as redes sociais, criando vídeos e testando formatos. No começo era tudo muito amador — eu mesmo fazia tudo, ainda tateando esse universo.
Até que um dia, em junho de 2023, fiz um vídeo simples mostrando um local na Raposa. Postei sem pretensão no meu Instagram e, pra minha surpresa, viralizou. Saltei de 2000 seguidores para 9000 em algumas horas e continuou crescendo nos dias seguintes.
Ali eu entendi que havia um caminho, uma nova forma de comunicar — mais próxima, mais viva.
Davi Max: E foi a partir daí que você chamou a Célia pra entrar no projeto?
Udes Filho: Foi. Naquele momento, eu e Célia tínhamos uma relação apenas profissional. A gente já tinha tido uma história afetiva no passado, mas desde 2019 nosso contato era só de trabalho, principalmente no portal O Quarto Poder.
Quando o vídeo viralizou, percebi que seria bacana ter outra pessoa comigo — alguém que equilibrasse a narrativa, que tivesse carisma. Convidei a Célia, e ela topou. Começamos a gravar juntos, mostrando restaurantes, passeios, lugares simples mas cheios de história.
Com o tempo, o trabalho nos reaproximou também afetivamente. Lá pro fim de 2023, nossa relação amorosa acabou renascendo — naturalmente, a partir do que a gente já vivia no dia a dia das gravações.
Davi Max: Célia, como foi pra você aceitar esse convite e começar a aparecer nas câmeras?
Célia Lima: Foi um desafio enorme (risos). Eu era muito tímida! As primeiras gravações eram tensas, eu travava, errava texto… mas o Udes, apesar de não ter muita paciência, entendeu minhas dificuldades e me incentivou.
Com o tempo, fui perdendo o medo, comecei a entender a linguagem do audiovisual, estudar mais, e passei a gostar.
Hoje participo de tudo: roteiro, ideias de gravação, e até dou pitaco na edição (risos). É muito gratificante ver o público interagindo, elogiando e torcendo pela gente.
Davi Max: Vocês têm quase 40 mil seguidores, mas muita gente com 200 mil, 300 mil não consegue o mesmo alcance comercial. Como explicam isso?
Udes Filho: Isso é uma coisa que a gente sempre comenta. Seguidores não significam credibilidade.
O mercado hoje quer microinfluenciadores, que são criadores de conteúdo entre 10 mil e 100 mil seguidores, mas com audiência real, fiel e engajada.
As marcas entenderam que não adianta pagar caro pra alguém que tem um número grande, mas não converte.
Nós temos um público que confia no que mostramos — e isso faz toda a diferença. Acredito que seja isso.
Davi Max: E esse público é bem diverso, né? Vocês falam de turismo, gastronomia, cotidiano…
Célia Lima: Sim! Nosso foco é mostrar o que é da nossa região, da nossa cultura.
A gente faz vídeos sobre restaurantes, passeios náuticos, bares, atrativos turísticos da Raposa e da região metropolitana de São Luís, e também campanhas com grandes marcas nacionais.
Mas o mais importante é manter o mesmo estilo: leve, verdadeiro e com nossa cara.
Davi Max: Udes, vocês já foram procurados por grandes marcas, mas também por propostas duvidosas. Fala pra gente sobre isso — o “Jogo do Tigrinho”, por exemplo.
Udes Filho: (Risos) Pois é, no comecinho me procuraram, sim. Eu até fui entender como funcionava e descobri que o negócio era bem estranho. A proposta era que eu ganharia 70% de tudo que as pessoas perdessem jogando pelo meu link.
Eu fiquei chocado. Perguntei: “Como assim, vou ganhar em cima do prejuízo dos outros?”.
O cara respondeu que era assim mesmo, que todo mundo fazia. Aí eu disse não.
E foi a melhor decisão que eu podia ter tomado.
Um tempo depois veio à tona tudo o que se descobriu sobre esse tipo de esquema, e eu vi que tinha seguido o caminho certo. Prefiro ganhar menos, mas dormir tranquilo.
Davi Max: Falando em caminho certo, hoje vocês trabalham com marcas gigantes — Subway, Casas Bahia e Grupo Mateus. Como foi essa trajetória até chegar lá?
Udes Filho: O primeiro grande parceiro foi o Grupo Mateus. Fizemos a inauguração de uma loja na Raposa, e depois eles quiseram continuar. Já estamos há mais de um ano juntos, com cronogramas mensais, vídeos e stories.
Depois vieram as Casas Bahia, que fizeram uma ação itinerante na cidade, e agora a Subway, que chegou através de uma produtora e acabou elogiando muito o nosso trabalho.
Tudo isso mostra que quando você faz com qualidade, a confiança vem.
Davi Max: E vocês dividem tudo — do roteiro à gravação, né?
Célia Lima: Dividimos sim! O Udes é muito criativo, e eu acabo equilibrando com o olhar mais sensível, o toque feminino (risos).
A gente brinca, a gente briga, discute ideias, grava, regrava… é um processo cansativo, mas prazeroso. No fim, o resultado é nosso, com a nossa energia.
Davi Max: Udes, olhando pra trás — dos jornais impressos até as parcerias com multinacionais — o que mais te orgulha?
Udes Filho: Acho que o que mais me orgulha é não ter desistido.
Quando comecei a gravar, muita gente riu. Amigos da imprensa, conhecidos… diziam que eu tava “viajando”.
Mas eu acreditei. Fui aprendendo, estudando, me reinventando. Hoje tenho um estúdio, trabalho com grandes marcas e mantenho a mesma essência do início: comunicar com verdade.
Davi Max: Célia, o que esse projeto representa pra você hoje?
Célia Lima: Representa uma virada de vida. Além de ser um trabalho que a gente ama, foi o que nos reaproximou como casal e nos uniu num propósito comum.
Hoje, quando as pessoas dizem “adoro ver vocês juntos”, isso pra mim é o maior retorno.
Davi Max: Udes, vocês também receberam o Prêmio Cazumbá de Turismo, que é super disputado. Como foi essa conquista?
Udes Filho:
Foi uma surpresa enorme. A gente concorria com perfis grandes, como o Turistando, e acabamos dividindo o prêmio com ele. Fiquei emocionado, porque foi o reconhecimento de um trabalho feito com amor, do nosso jeito, mostrando o Maranhão e o nosso povo.
Davi Max: E o que vem agora?
Udes Filho: Estamos planejando um curso básico de Instagram e produção de conteúdo pra ajudar quem quer começar.
A ideia é compartilhar o que a gente aprendeu — os erros, os acertos e o que realmente funciona.
Davi Max: Pra fechar — que mensagem vocês deixariam pra quem sonha em viver de conteúdo?
Udes Filho:
Acredite. Seja persistente, ético e verdadeiro. O público sente quando é real. E não tenha medo de começar pequeno. Às vezes, o vídeo que você faz sem pretensão muda tudo — foi assim comigo.
Célia Lima:
E tenha paciência. Nada acontece da noite pro dia. Faça com amor, com verdade, e o resultado vem. Sempre vem.
De um vídeo simples à conquista de grandes marcas, Udes Filho e Célia Lima mostram que sucesso nas redes é feito de autenticidade, trabalho e propósito.
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