A Câmara Municipal de Vereadores de Igarapé Grande, no interior do Maranhão, aprovou na quarta-feira (9) o pedido de licença médica do prefeito João Vitor Xavier (PDT), que confessou ter matado a tiros o policial militar Geidson Thiago da Silva, no último domingo (6), no município vizinho de Trizidela do Vale. Porém, o gestor licenciado seguirá recebendo mais de R$13 mil pelo tratamento por ser “paciente bariátrico”.
Durante a sessão, os vereadores também deram posse à vice-prefeita Maria Etelvina, que assume o comando da gestão municipal de forma interina. A licença solicitada por João Vitor tem duração de 125 dias — pouco mais de quatro meses — mas pode ser encerrada a qualquer momento, caso o prefeito decida retornar.
O motivo alegado para o afastamento é a necessidade de tratamento médico e acompanhamento psiquiátrico. No pedido enviado à Câmara, o gestor afirma estar “profundamente abalado”, mencionando ainda sua condição de “paciente bariátrico” como justificativa adicional para os cuidados médicos.
Apesar da gravidade do caso, o prefeito continuará recebendo normalmente o salário líquido de R$ 13.256,08 durante o período de afastamento. A manutenção da remuneração gerou críticas por parte da população e nas redes sociais, onde internautas questionam a legalidade e a moralidade da decisão.
João Vitor Xavier permanece solto após o crime e ainda não houve qualquer medida judicial que o afastasse formalmente do cargo. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e o Ministério Público do Maranhão acompanha os desdobramentos.
A morte do policial militar causou grande repercussão no estado e reacendeu o debate sobre privilégios políticos, impunidade e a fragilidade das instituições diante de crimes cometidos por autoridades.
A vice-prefeita Maria Etelvina evitou comentar o caso diretamente e afirmou que “o foco agora é garantir a continuidade da gestão pública e o bom funcionamento dos serviços no município”.
O crime chocou a população da região do Médio Mearim e continua mobilizando autoridades, entidades de classe e movimentos sociais que exigem punição rigorosa para o responsável.
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