Será lançado próxima sexta-feira, dia 12 de novembro, na escadaria do Beco do Silva, na área do Projeto Reviver - Praia Grande, um documentário exclusivo que retrata as tradições religiosas e culturais de 10 grupos de Bumba meu Boi do Maranhão homenageados, neste ano de 2021, pelo Projeto "Amo, Poeta e Cantador: Murais da Memória pelo Maranhão". A programação de lançamento começa a partir das 19h, e já tem presença confirmada do Boi da Floresta, e show da Banda Afrôs e Hugo Gugs.
Por meio da feitura de 10 grandes painéis em graffiti, o Projeto percorreu entre os meses de abril e setembro, partindo de São Luís, as cidades de São José de Ribamar, Axixá, Viana, Barreirinhas, Guimarães e Cururupu, para pintar o rosto de grandes mestres da cultura popular brasileira, que fizeram, e fazem, do Bumba meu Boi do Maranhão uma das maiores expressões artísticas e culturais do mundo.
Todo o processo de produção dos "Murais da Memória" confeccionados pelo artista plástico e graffiteiro Gil Leros está detalhado no documentário, de aproximadamente 30 minutos, que também contém imagens exclusivas dos trabalhos desenvolvidos pelos grupos e agremiações representativas das brincadeiras de Bumba Boi do Maranhão, com os seus mais variados sotaques, e com depoimentos fortes e emocionantes que retratam o amor e dedicação de várias gerações de 'brincantes', que doaram as suas vidas para a cultura maranhense.
O editor e roteirista Jonas Sakamoto conta que 'a produção do documentário (Doc) foi uma verdadeira aula'. Em aproximadamente sete meses, a equipe do Doc teve contato direto com vários grupos de Bumba meu Boi do Estado, com os brincantes, lideranças e as comunidades onde as brincadeiras estão inseridas.
"É lindo ver e poder mostrar como essa tradição é passada de geração para geração; os desafios e o protagonismo das lideranças femininas, inseridas em grupos fundados por homens e que carregam uma tradição ainda machista. São experiências que vamos levar para toda a vida. Saio desse processo todo com mais vontade ainda de conhecer cada manifestação, cada história e cada brincante que faz o Bumba meu Boi do Maranhão", destaca o diretor do documentário.
Gil Leros, idealizador do "Amo, Poeta e Cantador", fala da importância dos murais, com destaque para 'o potencial de diálogo que o graffiti tem com a juventude'. Para o artista plástico e graffiteiro, poder resgatar a memória e abordar assuntos relacionados à cultura tradicional, mais ancestral do Maranhão, utilizando o graffiti, atrai um público mais jovem: "Incluir o graffiti, que é uma linguagem jovem, dentro de todo esse contexto para abordar essa temática, tem essa dualidade, da gente conseguir ligar a juventude com o nosso passado, com as nossas tradições. A meu ver, penso que esse é um dos maiores legados que o projeto pode deixar".
Para a artista e gestora cultural Fernanda Monteiro, 'coordenar e produzir o Amo Poeta e Cantador foi uma das grandes alegrias de sua vida'. Ela se diz honrada por estar vivendo nesse tempo de reconhecimento aos mestres do Bumba meu Boi: "Sou artista e pesquisadora da cultura popular há mais de 15 anos e é maravilhoso poder contribuir com um sonho tão bonito do Gil, do qual todos nós, da equipe, passamos a compartilhar. Sinto que a trajetória desse Projeto só está começando. A gente quer tocar o coração de cada maranhense com essas histórias encantadas e de muito amor ao Bumba meu boi", assinala a coordenadora do Projeto.
Apoiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a Benfeitoria, e o Sitawi Finanças do Bem, o Projeto "Amo, Poeta e Cantador" fez justa homenagem aos mestres "Leonardo" (Boi da Liberdade), "Francisco Naiva" (Boi de Axixá), "Mundoca" (Boi da Floresta), "João Câncio" (Boi de Pindaré), "Calça Curta" (Boi da Maioba), "João Chiador" (Boi de Ribamar), "Diomar Leite" (Boi de São Cristóvão de Viana), "Coxinho" (Boi de Pindaré), "Marcelino Azevedo" (Boi de Guimarães), e "Seu Mano" (Boi de Cururupu).
O tradicional Boi da Floresta de Apolônio Melônio e o artista Gil Leros foram os responsáveis, como proponentes da ação, pela realização desta etapa do projeto. Outras pessoas físicas e jurídicas se somam a este esforço conjunto, mobilizadas por meio das redes sociais, e da 'grande imprensa', às quais doaram não só recursos financeiros que viabilizaram o Projeto, mas sua disponibilidade em compartilhar as informações pelo WhatsApp e outras plataformas digitais.
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