Só um “tsunami” poderia fazer Jair Bolsonaro (PSL) não ser
eleito presidente da República no próximo domingo (28) nas palavras do
presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro. Em entrevista ao jornal O
Estado de S.Paulo, o especialista afirma que o cenário aponta atualmente para a
vitória do candidato do PSL na disputa contra Fernando Haddad (PT) nas eleições
2018.
“A grande dúvida, como não haverá debate na TV e os fatos são
esses que estão acontecendo, é qual vai ser a diferença (para Haddad)”, diz
Montenegro.
Na mais recente pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, divulgada na
última terça-feira (23) Bolsonaro apareceu com 57% das intenções de voto contra
43% de Fernando Haddad (PT), em um cálculo que considera apenas os votos
válidos. A diferença entre os dois é de 14 pontos porcentuais, conforme o
levantamento.
A vantagem do vencedor dependerá da acomodação final de votos
dos eleitores que hoje se dizem indecisos e das abstenções, afirma
Montenegro. “As abstenções podem correr de uma forma homogênea ou ficarem
maiores em determinadas regiões”, aponta. No levantamento divulgado pelo
instituto no último dia 23, 3% dos eleitores se dizem indecisos ou não
responderam ao questionamento sobre intenção de voto.
O Nordeste, região que declara mais simpatia por Fernando
Haddad, pode registrar uma abstenção maior no segundo turno, diz o presidente
do instituto. Como a eleição foi decidida logo na primeira etapa em sete
Estados nordestinos, parte do eleitorado pode ficar desmotivada à ir às urnas
por não haver um candidato ao governo estadual que puxe votos, argumenta
Montenegro.
A convicção de votos tanto do eleitorado de Bolsonaro quanto
do eleitor de Haddad dificulta um cenário de reversão no cenário, diz o dirigente
do instituto. “A certeza de votos dos dois candidatos é muito grande, e
eles são antagonistas. Só um tsunami poderia fazer um leitor do Haddad votar em
Bolsonaro e vice-versa. Há uma guerra desde o início entre o anti-PT versus o
PT.”
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