Apesar de ter conseguido convencer aliados a barrar o
prosseguimento da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, na noite
da última quarta-feira, o governo federal não terá forças para aprovar a
Reforma da Previdência. A avaliação é da deputada federal Eliziane Gama
(PPS-MA).
Nesta quinta-feira (26), menos de 12 horas após a Câmara
barrar a continuidade do processo contra o presidente da República, a equipe
econômica de Temer informou que o projeto que altera as regras da Previdência
está no “topo de prioridades do governo”.
“A Reforma da Previdência já não contava com muita simpatia
dos parlamentares. E com a desmoralização deste governo, com a proximidade do
período eleitoral, esta matéria perde força no Congresso Nacional. É um pacote
de maldades contra os brasileiros que, mais uma vez, são ameaçados de terem que
arcar com uma conta que é fruto da irresponsabilidade do Executivo, ao longo
destes últimos anos”, disse a deputada do PPS.
Eliziane Gama, que votou para autorizar o Supremo a
investigar Temer por formação de quadrilha e obstrução judicial, acredita que a
última e penosa vitória do presidente na Câmara não lhe dá nenhuma garantia
para obter resultado favorável no projeto que altera as regras para milhões de
aposentados e pensionistas.
“Estamos falando de uma proposta de Emenda à Constituição que
necessita de quórum qualificado e que precisa ser aprovada em dois turnos em
cada Casa Legislativa. Além disso, o conteúdo é altamente impopular, pois
retira direitos sociais. Então, o Palácio não terá vida fácil nos próximos
meses na Câmara e no Senado”, concluiu a parlamentar maranhense.
A reforma da Previdência está parada na Câmara desde que
vieram à tona os áudios das conversas entre o presidente Michel Temer e o dono
da JBS, Joesley Batista. O teor do diálogo foi divulgado em maio deste ano.
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