A criação de uma linha de trem ligando São Luís a Itapecuru-Mirim, utilizando parte da antiga ferrovia que conectava a capital maranhense a Teresina (PI), voltou a ser debatida e pode ganhar viabilidade com apoio do Governo Federal. O trecho, atualmente operado pela TransNordestina Logística para transporte de cargas, é um dos estudados pelo Consórcio Ferroviário Evtea como parte de um plano de expansão do transporte ferroviário de passageiros no Brasil.
O projeto da linha São Luís–Itapecuru-Mirim é defendido desde 2017 pelo ex-prefeito de Santa Rita e atual pré-candidato ao Senado, Hilton Gonçalo. A proposta prevê o reaproveitamento da malha ferroviária existente e a instalação de estações em pontos estratégicos tanto na capital quanto no interior, permitindo uma conexão rápida, econômica e ambientalmente sustentável.
Em São Luís, seriam quatro estações: Tirirical (próximo ao Aeroporto Marechal Cunha Machado), Aracanga (Maracanã), Piçarra (Pedrinhas) e Mandubé (Estiva). Já no continente, a primeira parada seria em Periz de Baixo, em Bacabeira, seguida de Rosário, onde a estação foi recentemente restaurada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). No município de Santa Rita, o trem teria paradas nos povoados Recurso e Piruaba e no bairro Carema. A última estação seria em Itapecuru-Mirim.
A proposta integra o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA) conduzido pelo Consórcio Ferroviário Evtea, formado pelas empresas Systra Engenharia e Consultoria Ltda. (líder), Houer Consultoria e Concessões Ltda., Tylin Brazil Ltda. e M Viana Sociedade de Advogados. Além do trecho maranhense, estão sendo avaliadas outras possíveis conexões de passageiros como Salvador–Feira de Santana (BA), Fortaleza–Sobral (CE), Brasília–Luziânia (DF/GO), Londrina–Maringá (PR) e Pelotas–Rio Grande (RS).
Atualmente, o Brasil conta com apenas duas linhas ferroviárias regulares de transporte de passageiros: Cariacica (ES) a Belo Horizonte (MG), com 905 km de extensão, e São Luís (MA) a Parauapebas (PA), com 892 km — ambas operadas pela mineradora Vale.
O Governo Federal sinalizou que novos projetos só serão viabilizados caso apresentem bilhete acessível à população e arrecadação suficiente para custear a manutenção do serviço. A proposta maranhense tem o diferencial de aproveitar uma infraestrutura já existente, o que poderia reduzir custos e acelerar a implementação.
Hilton Gonçalo afirma que a linha São Luís–Itapecuru-Mirim é estratégica tanto para a mobilidade regional quanto para o desenvolvimento econômico do estado. “Esse projeto representa a integração de regiões que hoje dependem do transporte rodoviário, que está sobrecarregado. É uma alternativa moderna, eficiente e que pode beneficiar milhares de maranhenses”, declarou.
Se concretizado, o projeto poderá marcar a retomada do transporte ferroviário de passageiros no Maranhão e posicionar o estado na vanguarda de um novo ciclo de mobilidade sustentável no Brasil.
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