A diarista Ilza Ramos Rodrigues, de 52 anos, contou que
entrou em desespero depois de ser filmada por um homem que negou dar mais
marmitas a ela por descobrir que ela votaria em Lula. A cena foi divulgada pelo
próprio empresário que tentou humilhar Ilza e viralizou neste final de semana.
“Fiquei sem ação. O jeito que ele falou mexeu com a minha
mente, não é brincadeira. O que ele fez foi me humilhar. Só porque ele tem
dinheiro, tem o carrinho dele, ele quis me humilhar com essa ação. Eu não posso
nem ver (o vídeo). Mexeu muito no meu psicológico”, disse ela à coluna de
Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.
A diarista disse que desde o início da pandemia de covid-19
recebe marmitas de um homem para o qual fazia faxina. Ele morreu e o empresário
Cassio Cenali passou a ajudar a senhora, levando a marmita toda quarta.
Na semana
passada, ele avisou que iria filmar a cena e Ilza achou que era para alguma
divulgação de ONG. Quando começou a registrar, contudo, Cassio fala de Jair
Bolsonaro e pergunta em quem Ilza vai votar. Ao ouvir a intenção dela votar em
Lula, ele diz que a partir de agora acabou a doação de marmitas.
Na hora do fato, Ilza já entendeu que poderia ser exposta e ligou para a irmã pedindo ajuda. Os familiares acreditaram que Cassio não divulgaria a cena, porque ficaria mal para ele mesmo, negando comida a uma pessoa humilde. O empresário afirmou inicialmente que o vídeo foi enviado em um grupo privado e alguém vazou.
Com a repercussão do caso, pessoas começaram a ajudar a
diarista. O MST afirmou que vai fornecer mantimentos para Ilza por seis meses.
“Deus é tão bom que, o mal que ele fez, Deus transformou em bênção. Tem gente
no mundo inteiro que está vendo e me dando carinho”.
O empresário Cassio Cenali usou as redes sociais no domingo
(11) para pedir desculpas. “Estou muito arrependido”, diz”. “Faz mais de dois
anos que eu faço 60 marmitas toda quarta-feira e entrego para morador de rua,
inclusive para essa senhora. E não é isso que vai fazer eu parar com esse
trabalho meu. É um trabalho que eu faço com recurso meu, não tenho apoio
político nisso aí, não tenho nada. Eu só quero a caridade”.
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