Sob responsabilidade do prefeito Luís da Amovelar Filho (PT), o processo de vacinação contra a COVID realizado em Coroatá tem gerado muitas críticas e revoltado a população da cidade.
Sem controle e com uma nítida desorganização, vários jovens têm furado a fila de prioridade e estão recebendo os imunizantes.
Nos últimos dias dois casos chamaram atenção. Ambos têm menos 30 anos e não atuam na linha de frente de combate ao coronavírus.
Uma é sobrinha do prefeito de um grande empresário da cidade e formada em Direito, ela trabalha em uma área técnica da Secretaria de Saúde. Já outro caso é de um assessor de comunicação da Secretaria de Saúde e com menos de 30 dias no serviço já foi vacinado.
Enquanto isso, servidores que trabalham desde o início da pandemia em áreas diversas no Hospital Macrorregional de Coroatá, coveiros, garis, guardas municipais, agentes de trânsito e outros, ainda não foram convocados para se vacinarem.
Os dois casos de fura filas citados se chocam diretamente com o protocolo do Ministério da Saúde sobre a lista de prioridade para a vacinação.
Há poucos dias o Ministério da Saúde reiterou ao Supremo Tribunal Federal o grupo prioritário de vacinação, que obrigatoriamente deve ser nessa ordem: trabalhadores da saúde, idosos e deficientes institucionalizados, pessoas idosas, povos e comunidades tradicionais, pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, pessoas em situação de rua, população privada de liberdade e trabalhadores de serviços essenciais.
Sobre os trabalhadores de saúde, diante da indisponibilidade inicial de doses para atender a 100% dos profissionais, deve prevalecer o atendimento das equipes de vacinação que estiverem inicialmente envolvidas na vacinação ou que atendam casos suspeitos e confirmados de covid-19.
Como se vê, os jovens que não se encaixam nesses perfis não deveriam ser vacinados neste momento, por não serem prioridades da vacinação.
Enquanto isso, a vacinação de idosos e pessoas com comorbidades, que são os indivíduos mais vulneráveis a desenvolverem o estágio grave da doença, segue em ritmo lento.
Com mais de 70 mil habitantes, Coroatá recebeu até agora 2.784 doses, que imunizarão apenas 1.392 pessoas.
Com suspeitas de vários outros casos de fura fila, o Ministério Público da cidade deve investigar as denúncias.
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