Pelo segundo mês consecutivo, o índice de Intenção de Consumo
das Famílias (ICF) de São Luís, medido mensalmente pela Fecomércio-MA, bateu o
recorde negativo e alcançou o menor nível da série histórica iniciada em 2010.
Na comparação mensal, o indicador apresentou recuo de -28,0% na passagem de
maio para junho, enquanto na avaliação anual o índice revelou uma desaceleração
de -45,9% em relação a junho de 2019.
De acordo com a metodologia da pesquisa, o índice de
confiança dos consumidores ludovicenses marcou 53,9 pontos no mês de junho, em
uma escala que vai de 0 a 200 pontos. Nessa escala, os maiores níveis de
pessimismo estão concentrados na percepção quanto ao momento para a aquisição
de bens duráveis (21,9 pts), nível de consumo atual (35,8 pts) e perspectiva
profissional (49,3 pts).
Entre os fatores para esse pessimismo está a deterioração do
mercado de trabalho no período da Pandemia. De acordo com o Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged), o mercado de trabalho em São Luís
apresentou uma redução de -1.484 vagas com carteira assinada no período de
março a maio deste ano.
O resultado não foi pior em função dos serviços
médico-hospitalares que registraram um aumento de +3.545 empregos formais nesse
trimestre (março/abril/maio) impactado pela crise sanitária, atenuando o tombo
no mercado de trabalho na capital maranhense.
“O comércio eliminou 1.659 postos de trabalho, a construção
civil teve saldo negativo de 1.177 empregos formais, o setor de serviços de
alimentação e hospedagem fechou 924 vagas de emprego. Ou seja, nesses três
meses de pandemia, somente esses três setores foram responsáveis pelo
desemprego de 3.760 ludovicenses. Esses números refletem o resultado negativo
da intenção consumo para o mês de junho”, avalia o presidente da Federação do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA),
José Arteiro da Silva.
Resultados
Na avaliação percentual dos resultados do índice de intenção
de consumo das famílias de São Luís do mês de junho em comparação ao mês
imediatamente anterior, todos os componentes que formam o indicador apresentam
variação negativa, com destaque para a intenção de adquirir bens duráveis
(-46,3%), as perspectivas de melhorias da capacidade de consumo (-35,2%), nível
de consumo atual (-32,4%) e expectativas de melhoria profissional (-32,1%).
“O nível de consumo para o mês de junho é especialmente
impactado, ainda, pelo cancelamento das festividades juninas, que todos os anos
aqueciam uma importante cadeia produtiva cultural em nossa cidade, movimentando
mais de R$ 25 milhões somente com negócios em torno da festa”, ressalta o
empresário José Arteiro da Silva.
A pesquisa de intenção de consumo das famílias (ICF),
realizada pela Fecomércio e pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), é um
indicador com capacidade de medir a avaliação que os consumidores fazem sobre
aspectos importantes da condição de vida de sua família, tais como a sua
capacidade de consumo, atual e de curto prazo, nível de renda doméstico,
segurança no emprego e qualidade de consumo, presente e futuro.
Trata-se de um indicador antecedente do consumo, a partir do
ponto de vista dos consumidores, tornando-o uma ferramenta poderosa para a
própria política econômica, para as atividades produtivas, para consultorias e
instituições financeiras.
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