Nos últimos três anos (2017, 2018 e
2019), o Festejo do Divino Espírito Santo tem levado milhares de visitantes até
a cidade de Alcântara-MA. Este ano, a Prefeitura de Alcântara realizou o maior
festejo do Divino de todos os tempos na Cidade História. Milhares de visitantes
abrilhantaram o tradicional festejo, que já caminha para completar três séculos
de tradição.
A Festa do Divino reúne fé, força e
tradição. Durante os 12 dias de festejo, a comunidade alcantarense atua
como Maître (acomoda os visitantes durante a festa e organiza a cidade,
garantindo eficiência no atendimento e satisfação aos turistas). Cada
morador se dedica e ajuda no que pode, um ato normal na cidade de Alcântara
durante o festejo.
Pousadas e restaurantes ficaram
lotados dia e noite durante o festejo. Acampamento foram feitos em Praças da
Cidade, Casas de Famílias e quintais. A cidade estava lotada, gente de vários
lugares do Brasil. Durante o dia o turismo cresceu, a noite todo esse povo se
concentrava na Praça da Matriz, palco principal do Festejo do Divino.
Desde 2017 o Festejo do Divino tem
tido o apoio da Prefeitura de Alcântara e Governo do Estado, por meio da lei de
incentivo à cultura. Este ano foram R$300 mil reais para cobrir todas as
despesas, incluíndo os artistas que fizeram shows nos dias 08 e 09 no
encerramento do festejo. Além desse apoio da prefeitura, o prefeito Anderson Wilker
doou as camisas para o Imperador e Mordomos. Este ano a festa bateu recordes de
público.
Para a turista cearense, Camila
Amaral Siqueira, de 28 anos, o Festejo do Divino de Alcântara é diferente e
melhor do que qualquer outro lugar do Brasil. "Gosto muito do festejo do
Divino, já participei de inúmeros pelo Brasil a fora, mas aqui em Alcântara
fiquei encantada. Aqui é bem diferente, bem melhor, um povo hospitaleiro, sem
contar que a cidade é organizada. A tradição aqui é fora do sério, jamais vista
em outro lugar. Os táxis e mototáxis estão todos padronizados, isso se
chama segurança aos turistas. Quero parabenizar a gestao municipal e aos
organizadores do festejo. Gostei de tudo, mas o povo me deixou encantada. Como
estudante, acho que voltarei aqui para fazer um estudo mais aprofundado",
destacou a turista.
Para o prefeito Anderson Wilker, o
crescimento do festejo nos últimos três anos, mostra que quando se faz um
trabalho sério, o retorno é certeza. "A festa do Divino a cada ano que
passa tem tido grande investimento, tanto do Governo do Estado, quanto da
Prefeitura de Alcântara. Temos feito o melhor que a gente pode. A festa tem
crescido e a demanda de visitantes tem aumentado aqui em Alcântara durante o
festejo. A cidade tem suportado a demanda, a rede hoteleira, está gerando
emprego e desenvolve a economia de nossa cidade e a gente fica muito feliz em
poder está contribuindo com tudo isso. O governador Flávio Dino tem nos ajudado
muito, nos últimos anos a gente tem feito com que a festa do Divino tenha um
potencial ainda maior do que já tem. A comunidade de Alcântara que ajuda,
patrocina e investe, a prefeitura de Alcântara e o Governo do Estado apenas
incrementa isso", destacou o prefeito Anderson.
A festa do Divino Espírito Santo é um
ritual do Catolicismo Popular marcado pela presença significativa de mulheres –
as caixeiras – que tocam instrumentos musicais denominados caixas do Divino.
Além de procissões e missas, o evento tem música, dança, queima de fogos e
distribuição de licores e doces de espécie, típico da região. O ponto alto
aconteceu no último final de semana do Domingo de Pentecostes, quando a Praça
da Matriz recebeu grandes atrações nacionais, como: Silvano Sales e Mara
Pavanelly, além de bandas e cantores maranhenses e alcantarenses, como a banda
Barba Branca - abriu o último dia de evento.
Pelo terceiro ano consecutivo, o Governo do Maranhão em parceria com a prefeitura de Alcântara apoiou o festejo através da lei de incentivo à cultura, com R$ 300 mil reais, que serão usados para cobrir todas as despesas, inclusive as atrações no encerramento do festejo. Aproximadamente 50 mil visitantes passaram por Alcântara durante os 12 dias de festa.
“Sem o apoio do Governo do Estado e
da Prefeitura de Alcântara, a realização da Festa seria impossível. É uma
celebração tradicional com muitas dimensões e que envolve toda a população
alcantarense, com custos altos para a preparação nos diversos pontos em que as
celebrações acontecem. Agradecemos muito a sensibilidade do Estado para conseguirmos
realizar esse evento”, disse a secretária municipal de Cultura de
Alcântara, Marcelina Serrão.
Para garantir que os milhares de
turistas tivessem acesso à cidade histórica, a prefeitura de Alcântara garantiu
junto às empresas que prestam serviço de transporte para a cidade, o
fornecimento de embarcações extras durante o período da festa. Cinco
embarcações (barcos Luzitana, Bira Mar, Bahia Star e barraqueiro), além das
catamarãs, fizeram a travessia de São Luís (cais da Praia Grande) para Alcântara
(Porto do Jacaré). Mas a procura foi muito grande e centenas de passageiros
optaram via ferry boat, uma alternativa para quem não comprou passagem
antecipada via barco e catamarã.
Embora a festa do Divino envolva
gente de todos os status sociais, quase todos os participantes são pessoas
humildes, de baixo poder aquisitivo, que se esforçam para produzir uma festa
rica e luxuosa, onde não podem faltar as refeições, decoração requintada e
caras vestimentas para o império. Por se tratar de uma festa longa, custosa e
cheia de detalhes, sua preparação e realização levam vários meses e envolvem
muita gente, construindo assim uma grande rede de relações entre todos os
participantes.
INÍCIO DA TRADIÇÃO E DEVOÇÃO
O culto ao Divino Espírito Santo no
Maranhão provavelmente teve início com os colonos açorianos e seus
descendentes, que desde o início do século XVIII começaram a habitar a região.
Em meados do século XIX, a tradição da festa do Divino estava firmemente
enraizada entre a população da cidade de Alcântara, de onde teria se espalhado
para o resto do Maranhão, tornando-se muito popular entre as diversas camadas
da sociedade, especialmente as mais pobres.
Essa popularidade entre os
setores mais humildes da população maranhense, inclusive os escravos, talvez
possa ser explicada pela ênfase não só na fartura, mas também na fraternidade e
na igualdade, que o culto ao Divino costuma apresentar. A festa do Divino
Espírito Santo com quase 300 anos de tradição, tem crescido cada vez mais nos
últimos três anos.
0 Comentários