“Hoje é feriado na Justiça do Trabalho? Às sexta-feiras, não
têm audiência nas Varas?”. O questionamento demonstra o assombro do presidente
do Sindicato dos Advogados do Maranhão (SAMA), Mozart Baldez, ao se deparar com
um dos principais problemas na Justiça do Trabalho no Maranhão: a morosidade
provocada pela lentidão no julgamento de processos.
O que impressiona é que a constatação da jornada TQQ na
justiça trabalhista – jargão jurídico atribuído aos juízes que cumprem suas
funções apenas às terças, quartas e quintas-feiras, ou terças e quartas – foi
admitida por uma magistrada: Ângela Cristina Carvalho Mota Luna, que é
Coordenadora do Centro Jurídico de Métodos Consensuais de Solução de Disputas
(Cejusc)/TRT-MA, durante conversa com o líder sindical que representa os
profissionais da advocacia maranhense.
O encontro realizado na manhã de hoje faz parte da inspeção
do SAMA que está sendo feita ao longo deste mês em órgãos do Judiciário
Maranhense da capital e do interior. As informações levantadas serão analisadas
para formalização de um documento que será encaminhado à Conselho Nacional de
Justiça (CNJ).
Segundo a juíza Ângela Cristina Carvalho Mota Luna, as Varas
e a Cejusc não realizam audiência às sextas-feiras. “Como assim?”, indagou o
presidente do SAMA. “Hoje é dia de planejamento”, acrescentou Ângela. Ao tomar
conhecimento do caso, destacou que vai pedir, em relatório ao CNJ, o
afastamento de juízes e desembargadores flagrados trabalhando em dias
alternados.
“Não é justo um magistrado receber seu salário de forma
integral, sendo que trabalha em dias alternados. Juiz é um servidor público e
se ele não trabalha de forma integral afeta o trabalho dos advogados e
prejudica as demandas dos jurisdicionados”, disse Baldez.
CONFUSÃO
A visita acabou irritando a magistrada, que em tom de arrogância, e evidenciando um total despreparo diante dos questionamentos, convidou os advogados a sairem da sala.“ Vocês vieram aqui fazer palco, portanto agora queiram fazer o favor de se retirar “, afirmou a magistrada, achando que estivesse em sua própria casa.
Na oportunidade, a advogada e jornalista- Itamargarethe
Correa Lima, retrucou: “ Você é juíza para você, da mesma forma que sou jornalista e
advogada para mim. Aqui não é a sua casa. Aqui é um órgão público, então não
venha com esse ar de superioridade, como se fosse a rainha de sabá, nos
convidando para sair do prédio. Sabe qual o problema de vocês? A toga os fazem
pensar que são intocáveis ou superiores a tudo e todos. Vocês são barnabe,
assalariados, precisam cumprir uma jornada de 40 h semanal como todo
trabalhador brasileiro, enfim, precisam prestar conta do que fazem, pois
enquanto cidadãos, somos nós que pagamos seus subsídios “, bradou.
0 Comentários