Tema foi discutido por especialista em bate-papo com estudantes
Já houve o tempo, séculos atrás, em que somente os homens da
família tinham a chance de estudar e buscar sucesso profissional. Eles, como
provedores do lar, deveriam arcar com as despesas da casa. Ao longo dos anos,
com revoluções não tão aceleradas, mas indispensáveis, as mulheres também
passaram a buscar, para além da costura – algo que eram obrigadas a aprender,
trabalho fora de casa e remuneração. Felizmente, já no século passado, homens e
mulheres, embora com diferenças sentidas e percebidas até hoje, poderiam
trilhar os mesmos caminhos à caça do sucesso profissional – leia-se bons
salários.
Hoje, com tantas possibilidades para todos e tanto acesso à
informação, o que se vê é uma geração de jovens indecisos, preocupados entre
escolher o que gostam de fazer e o que poderiam fazer para serem melhor
recompensados financeiramente. A master coach Marine Lima, que também
é analista comportamental e especialista em inteligência emocional, acredita
que essa indecisão existe porque as pessoas costumam acionar o “piloto
automático” da própria vida. “Muita gente acredita que uma profissão que traga
muito retorno financeiro é o suficiente, mas esquece de se perguntar do que
realmente gosta. Do que você gosta? Essa e algumas outras questões podem ser
elaboradas para que haja uma clarificação e um entendimento da busca de um
propósito” assegura a estudiosa.
Futuros profissionais
Foi justamente sobre esse tema, tão cheio de dúvidas e
anseios, que Marine conversou, na última segunda-feira, 25, com centenas de
estudantes da Faculdade Estácio, em São Luís. A instituição realiza,
anualmente, uma série de palestras de cunho motivacional, dedicadas aos alunos,
incluindo os da pós-graduação, que passarão pelas provas do ENADE – Exame
Nacional de Desempenho de Estudantes – no segundo semestre. “Este ano,
convidamos a coach Marine Lima porque acreditamos que a visão e as
palavras dela têm impacto direto nas tomadas de decisões dos nossos estudantes,
muitos dos quais já são profissionais. A ideia é incentivar nossos estudantes a
descobrir suas potencialidades e, dessa forma, marcar a história pessoal de
cada um com o que proporcionamos”, ressalta Geraldo Siqueira, diretor geral da
Estácio.
Com o auditório lotado, a coach Marine Lima,
replicando o educador e intelectual contemporâneo Mário Sérgio Cortella, que
trabalhar é necessário e o podemos fazer para mera atenção da sobrevivência ou
também como um modo de marcar nossa presença no mundo. Assim, Marine destacou a
evolução do conceito de realização profissional ao longo das décadas,
relacionando-a com os anseios e necessidades básicas de cada geração. Com
algumas perguntas simples, impactou a plateia: “Se tivesse condições de
realizar seus sonhos, o que você faria? O que falta para isso? Quais as suas
habilidades? Quais suas competências? Onde está o travamento? O que te impede
de agir?”. Assim, a especialista levou o público a uma reflexão profunda sobre
o papel de cada um na sociedade e quem o determina.
Josirene Mendes está no primeiro período de Educação Física e
não deixou de participar da palestra. Segundo ela, graças às orientações da
especialista, agora já sabe que necessita estabelecer metas profissionais para
ter sucesso e felicidade. “Sucesso não significa felicidade, então preciso
organizar meus planos para que eu ache no sucesso uma maneira de ser feliz
também, e aliar isso às minhas conquistas pessoais. Ainda estou no início da
graduação, mas, paralelo a isso, vou procurar formas de me capacitar cada vez
mais para ser uma profissional de destaque”, disse.
O bate-papo também permitiu que os estudantes fizessem uma
autoavaliação sobre a influência do próprio comportamento na busca por um
emprego. Marine Lima mencionou uma pesquisa feita na Universidade de Harvard,
nos Estados Unidos, em 1979, que constatou uma espécie de fórmula para o
sucesso. “A pesquisa sugere que tenhamos metas claras, definidas e escritas
para o futuro, e que façamos planos para realizá-las. Isso é, de fato,
indispensável, pois pode até parecer, mas nenhum sucesso é fruto do acaso”,
conclui.
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