Um dia inteiro para falar, explicar e conscientizar a
população sobre a asma. É assim, há anos, que pacientes da doença e
profissionais da saúde especializados na patologia celebram o Dia Mundial de
Controle da Asma.
“Por ser uma doença comum, há uma tendência de boa parte da
população encarar a asma como uma doença qualquer e não buscar informações
sobre tratamento correto, o que é um equívoco, contra o qual todos lutamos”,
ressalta a pneumologista Maria Eugênia Filgueiras, do Hapvida Saúde.
Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de
Pneumologia e Tisiologia, cerca de 11% da população brasileira tem asma, doença
genética – o paciente recebe de algum familiar o componente genético – e,
portanto, incurável. “Em contato com fatores naturais, do meio ambiente, a
pessoa passa a adquirir uma inflamação das vias aéreas e desenvolve os sintomas
da asma”, explica a médica.
Apesar de não ter cura e de exigir cuidado constante, a
doença tem tratamento. “A pessoa pode ter uma vida absolutamente normal, mas é
preciso controle frequente. A doença não está controlada por vários motivos,
mas, principalmente, por falta de informação e falta de acesso a medicamentos,
embora o governo já disponibilize gratuitamente alguns medicamentos”, destaca
Maria Eugênia.
Crises
As crises de asma são caracterizadas por vários sintomas, mas
o principal deles é a redução ou até mesmo o fechamento do fluxo de ar. O
tratamento é bastante eficaz e pode reduzir muito a chance do paciente
desenvolver as crises. O problema é que, pela falta de importância que o tema
tem na sociedade, ainda é grande a quantidade de mortes causadas por crises de
asma no Brasil.
“Estudos que foram feitos no Brasil com pacientes que
morreram com crise de asma demonstram que um dos principais motivos foi a falta
de informação sobre tratamento e medicamentos, que não são usados de forma
correta. A média é de 3 pessoas mortas por dia vítimas de crises de asma no
Brasil”, revela a especialista.
Agravamentos
Geralmente, quem sofre de asma também tende a conviver com
outra doença inflamatória, a rinite, igualmente frequente e preocupante.
Estudos da Associação Brasileira de Pneumologia demonstram que a rinite atinge
cerca de 35% da população brasileira e mundial. E, aproximadamente, 80% dos
asmáticos sofrem com rinite.
Rinite alérgica se caracteriza por coriza, espirros em salva,
coceira no nariz, obstrução nasal. A pessoa não consegue dormir direito, o sono
não se aprofunda. Isso atrapalha qualquer pessoa na vida. Tem, ainda, coceira
nos olhos, ouvidos e garganta.
“Pessoas que têm asma têm que tratar direito a rinite. Se não
tratar direito a rinite, pode agravar a asma. Vários fatores podem piorar a
situação. Por exemplo, os alérgenos, como ácaros da poeira doméstica; animais
domésticos (cão e gato); restos de inseto (baratas); o bolor, que é o fungo na
parede; entre outros”, lembra a média Maria Eugênia.
Outros fatores preocupantes e irritantes são o contato com
produtos químicos, o tabagismo (fumaça de cigarro) e infecções virais
respiratórias. “É preciso haver controle sobre isso. Na casa de um alérgico não
pode entrar cigarro de jeito nenhum”, alerta a especialista, que também lembra
o quanto uma simples virose, como a gripe, pode descompensar o quadro de asma.
“A vacinação contra o vírus da gripe é importante. Além disso, outras doenças
também devem ser combatidas, como o diabetes e a obesidade, a fim de se evitar
as mortes por asma no país.
0 Comentários