O cenário de
violência nas escolas da rede municipal de São Luís virou uma rotina extensiva
que vem causando inúmeras consequências para toda a sociedade ludovicense.
Desta vez, a UEB Roseno de Jesus Mendes, situada na Vila Janaina, foi
incendiada pelo menos três vezes de 2014 para cá; tal fato demonstra quanto o
governo municipal tem priorizado a educação pública da capital.
De acordo com levantamentos policiais, bandidos entraram num
espaço próximo ao telhado central que dá acesso a sala dos professores, local
onde foi totalmente destruído pelo fogo que se espalhou rapidamente; atingindo
armários, livros, cadeiras, banheiro, rede elétrica e demais compartimentos. No
momento, o corpo de bombeiros foi acionado e conseguiu controlar uma pequena
parte das chamas, mas não impediu que o fogo destruísse a sala.
Dados do Sindeducação apontam que de 2013 para cá, pelo menos
32 escolas sofreram algum tipo de violência; arrombamentos, assaltos,
incêndios, enfim, uma diversidade de ações criminosas que deixaram o corpo
escolar em estado de choque; mas mesmo com todo esse espetáculo de terror, o
prefeito Edivaldo Holanda Junior e o secretário de Educação Municipal
Geraldo Castro Sobrinho, continuam flutuando em relação aos problemas
educacionais, principalmente a vigilância nas escolas que até o momento não foi
resolvido.
Para a presidente do Sindicato dos profissionais do
Magistério de São Luís, professora Elisabeth Castelo Branco, a problemática de
insegurança nos espaços escolares é uma briga antiga da entidade sindical,
desde quando reduziram o número de vigilantes nas escolas. Segundo ela, a
cobrança tem sido de forma insistente para que a Secretaria de Educação
contrate uma empresa especializada que atenda às necessidades da comunidade
educacional de São Luís.
“A qualidade nos serviços prestados
ao corpo escolar sempre foi uma das prioridades cobradas pelo Sindeducação.
Várias escolas estão sendo destruídas em um curto prazo de tempo. Essa situação
perdeu o limite por completo. Estamos à espera do resultado da ação civil
pública ajuizada em 2015 pelo Ministério Público a nosso pedido; e uma das
pautas reivindicadas é a questão da vigilância; caso isso não resolva teremos
que tomar outras medidas – sem desconsiderar a possibilidade de uma paralisação
geral mediante o que vem ocorrendo”, pontuou a presidente.
Depois do episódio violento, a dona Maria de Lourdes mãe de
duas filhas que estudam na UEB, esbravejou desesperada. “Aonde minhas filhas
vão estudar agora; nessa escola nunca mais; não sei mais o que fazer; elas necessitam
aprender para conseguir vaga em uma faculdade. Não sei o que vou fazer”,
protestou entristecida.
Outra mãe disse que nunca viu tanto incêndio em uma escola
só. “Já é a terceira vez que a escola é incendiada por vândalos, na verdade,
perdemos as contas de quantos atos de violência foi presenciado nesta escola.
Minha menina estuda há 13 anos nessa unidade e vivo preocupada com o que pode
acontecer. Fico sem saber o que devo fazer”, relata a senhora preocupada.
Descaso
- Como
conceituar episódios rotineiros como a questão do vandalismo nas escolas? O
secretário de Educação Geraldo Castro tem sempre com desculpas esfarrapadas.
Emite nota explicando o que aconteceu e o que fazer depois do incêndio. Na
nota, a SEMED pede apoio a Policia Militar e Guarda Municipal, ou seja, uma
resolução momentânea. É hora da Prefeitura de São Luís acordar para o caos que
vem assombrando a Educação municipal.
De acordo com a professora Marcia Dutra, da diretoria do
Sindicato, os casos de violência nas instituições escolares tem sido uma
prática recorrente. “A culpa desses episódios, deve-se, exclusivamente, a
inoperância da gestão municipal que deixou chegar a esse ponto. Caso isso não
resolva em caráter emergencial outras escolas ainda podem ser vítimas da
violência”, disse.
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