terça-feira, 13 de setembro de 2022

Deus transformou mal que bolsonarista fez em bênção

 


A diarista Ilza Ramos Rodrigues, de 52 anos, contou que entrou em desespero depois de ser filmada por um homem que negou dar mais marmitas a ela por descobrir que ela votaria em Lula. A cena foi divulgada pelo próprio empresário que tentou humilhar Ilza e viralizou neste final de semana.

“Fiquei sem ação. O jeito que ele falou mexeu com a minha mente, não é brincadeira. O que ele fez foi me humilhar. Só porque ele tem dinheiro, tem o carrinho dele, ele quis me humilhar com essa ação. Eu não posso nem ver (o vídeo). Mexeu muito no meu psicológico”, disse ela à coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.

A diarista disse que desde o início da pandemia de covid-19 recebe marmitas de um homem para o qual fazia faxina. Ele morreu e o empresário Cassio Cenali passou a ajudar a senhora, levando a marmita toda quarta.

Na semana passada, ele avisou que iria filmar a cena e Ilza achou que era para alguma divulgação de ONG. Quando começou a registrar, contudo, Cassio fala de Jair Bolsonaro e pergunta em quem Ilza vai votar. Ao ouvir a intenção dela votar em Lula, ele diz que a partir de agora acabou a doação de marmitas.

Na hora do fato, Ilza já entendeu que poderia ser exposta e ligou para a irmã pedindo ajuda. Os familiares acreditaram que Cassio não divulgaria a cena, porque ficaria mal para ele mesmo, negando comida a uma pessoa humilde. O empresário afirmou inicialmente que o vídeo foi enviado em um grupo privado e alguém vazou.



Com a repercussão do caso, pessoas começaram a ajudar a diarista. O MST afirmou que vai fornecer mantimentos para Ilza por seis meses. “Deus é tão bom que, o mal que ele fez, Deus transformou em bênção. Tem gente no mundo inteiro que está vendo e me dando carinho”.

O empresário Cassio Cenali usou as redes sociais no domingo (11) para pedir desculpas. “Estou muito arrependido”, diz”. “Faz mais de dois anos que eu faço 60 marmitas toda quarta-feira e entrego para morador de rua, inclusive para essa senhora. E não é isso que vai fazer eu parar com esse trabalho meu. É um trabalho que eu faço com recurso meu, não tenho apoio político nisso aí, não tenho nada. Eu só quero a caridade”.

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