sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Refém de um único modal, São Luís parou com a greve dos rodoviários

 


Consagrado direito dos trabalhadores, manifestação legítima de cobrança e valorização do fruto de seu suor, a greve se torna um instrumento de negociação delicado e polêmico, quando envolve a prestação de serviços essenciais à população. Profissionais de diversos setores, ao paralisar suas atividades, ou reduzi-las para níveis abaixo do necessário para atender às demandas coletivas, entram em choque não apenas com patrões, dirigentes, governos, e eventualmente com a Justiça. O confronto aberto se estende ao público que é a razão de ser daquilo que fazem

Cidadãos que não têm nada a ver com o problema terminam pagando a conta, no caso de suspensão de serviços de saúde, educação, segurança, transporte de cargas ou de lixo, abastecimento de combustíveis, de energia ou de água, por exemplo. A vida contemporânea é complexa, e se consuma numa rede intrincada de relações da qual todos dependemos, com raras exceções e chances de autonomia.

Como se noticia diariamente, o transporte rodoviário de passageiros na Região Metropolitana de São Luís é ineficiente, sem oferecer o conforto mínimo aos usuários, que reclamam do serviço mal prestado por gerações, há décadas. O custo do sistema é caro, para a população que dele precisa fazer uso, sem outra alternativa de locomoção de massa no espaço urbano.

O VLT, que custou R$ 7 milhões, seria uma solução viável, mais o investimento que seria solução de transporte público na cidade acabou virando exemplo de desperdício e o elefante branco foi levado ao galpão está guardado à espera de um uso adequado.

Sem um novo modal, os ônibus ficam superlotados, assim como os terminais, numa rotina de linhas insuficientes e veículos desconfortáveis onde os passageiros cumprem viagens penosas, caracterizadas da partida até a chegada pela demora, o estresse e a insegurança.

A greve dos rodoviários que atinge a capital maranhense vem desde quinta-feira, 21 de outubro de 2021, traz como fundamento um reajuste nos salários 13%, vale-alimentação de R$ 800, jornada de seis horas por dia, auxílio-creche para trabalhadores com filhos pequenos e manutenção do plano de saúde mais a inclusão de um dependente. As empresas querem reduzir custos, os profissionais, manter seus ganhos e ignorando a qualidade do serviço. Infelizmente a discussão sobre a eficiência permanece em segundo plano.

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