quarta-feira, 27 de junho de 2018

Ser feliz e bem sucedido na profissão: sonho ou utopia?


Tema foi discutido por especialista em bate-papo com estudantes 

Já houve o tempo, séculos atrás, em que somente os homens da família tinham a chance de estudar e buscar sucesso profissional. Eles, como provedores do lar, deveriam arcar com as despesas da casa. Ao longo dos anos, com revoluções não tão aceleradas, mas indispensáveis, as mulheres também passaram a buscar, para além da costura – algo que eram obrigadas a aprender, trabalho fora de casa e remuneração. Felizmente, já no século passado, homens e mulheres, embora com diferenças sentidas e percebidas até hoje, poderiam trilhar os mesmos caminhos à caça do sucesso profissional – leia-se bons salários.

Hoje, com tantas possibilidades para todos e tanto acesso à informação, o que se vê é uma geração de jovens indecisos, preocupados entre escolher o que gostam de fazer e o que poderiam fazer para serem melhor recompensados financeiramente. A master coach Marine Lima, que também é analista comportamental e especialista em inteligência emocional, acredita que essa indecisão existe porque as pessoas costumam acionar o “piloto automático” da própria vida. “Muita gente acredita que uma profissão que traga muito retorno financeiro é o suficiente, mas esquece de se perguntar do que realmente gosta. Do que você gosta? Essa e algumas outras questões podem ser elaboradas para que haja uma clarificação e um entendimento da busca de um propósito” assegura a estudiosa.

Futuros profissionais

Foi justamente sobre esse tema, tão cheio de dúvidas e anseios, que Marine conversou, na última segunda-feira, 25, com centenas de estudantes da Faculdade Estácio, em São Luís. A instituição realiza, anualmente, uma série de palestras de cunho motivacional, dedicadas aos alunos, incluindo os da pós-graduação, que passarão pelas provas do ENADE – Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – no segundo semestre. “Este ano, convidamos a coach Marine Lima porque acreditamos que a visão e as palavras dela têm impacto direto nas tomadas de decisões dos nossos estudantes, muitos dos quais já são profissionais. A ideia é incentivar nossos estudantes a descobrir suas potencialidades e, dessa forma, marcar a história pessoal de cada um com o que proporcionamos”, ressalta Geraldo Siqueira, diretor geral da Estácio.

Com o auditório lotado, a coach Marine Lima, replicando o educador e intelectual contemporâneo Mário Sérgio Cortella, que trabalhar é necessário e o podemos fazer para mera atenção da sobrevivência ou também como um modo de marcar nossa presença no mundo. Assim, Marine destacou a evolução do conceito de realização profissional ao longo das décadas, relacionando-a com os anseios e necessidades básicas de cada geração. Com algumas perguntas simples, impactou a plateia: “Se tivesse condições de realizar seus sonhos, o que você faria? O que falta para isso? Quais as suas habilidades? Quais suas competências? Onde está o travamento? O que te impede de agir?”. Assim, a especialista levou o público a uma reflexão profunda sobre o papel de cada um na sociedade e quem o determina.

Josirene Mendes está no primeiro período de Educação Física e não deixou de participar da palestra. Segundo ela, graças às orientações da especialista, agora já sabe que necessita estabelecer metas profissionais para ter sucesso e felicidade. “Sucesso não significa felicidade, então preciso organizar meus planos para que eu ache no sucesso uma maneira de ser feliz também, e aliar isso às minhas conquistas pessoais. Ainda estou no início da graduação, mas, paralelo a isso, vou procurar formas de me capacitar cada vez mais para ser uma profissional de destaque”, disse.

O bate-papo também permitiu que os estudantes fizessem uma autoavaliação sobre a influência do próprio comportamento na busca por um emprego. Marine Lima mencionou uma pesquisa feita na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em 1979, que constatou uma espécie de fórmula para o sucesso. “A pesquisa sugere que tenhamos metas claras, definidas e escritas para o futuro, e que façamos planos para realizá-las. Isso é, de fato, indispensável, pois pode até parecer, mas nenhum sucesso é fruto do acaso”, conclui.



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