Blog do Ricardo Santos- Em síntese, Roberto Rocha defende que o Maranhão precisa fazer “justiça social” sem usar máscaras ideológicas, que historicamente nada acrescentaram de positivo à humanidade. Ainda mais no momento delicado dessa economia destruída pela corrupção, comandada pelo PT, da qual o PCdoB faz parte.
Muito esclarecedora a entrevista concedida pelo senador Roberto Rocha( PSB-MA) ao Jornal O Imparcial deste domingo sobre o comunismo praticado no Maranhão. Os comunistas, que detêm a hegemonia midiática, até tentaram “classificar”  a ousadia do senador, que demostra independência para mostrar o outro lado, que difere bastante das teorias de um”capital marxista”.
Abaixo, trecho da entrevista:
Imparcial – Senador, por que o senhor decidiu concorrer ao governo do estado? O senhor não era aliado do atual governador Flávio Dino em 2014? O que mudou na relação de vocês?
Roberto Rocha – Nossa aliança foi vitoriosa e proveitosa para ambos. Eu fui eleito para o Senado e ele foi eleito para o Governo. Esse é o sentido das alianças, na política. Juntar forças e fazer convergir os projetos.
Imparcial – Em 2014, O PC do B apoiava o PT para presidente, mas no Maranhão o PT coligou com o grupo Sarney. Como o PC do B poderia ser candidato ao governo do estado sozinho? A candidatura de senador está na conjuntura de governador, é verdade. Mas a de governador, de igual modo, está na conjuntura de presidente. Foi a minha presença na chapa que garantiu o apoio do Aécio e do Eduardo, e depois da Marina. Isso os comunistas escondem.
Roberto Rocha – Não havia nessa aliança de 2014 nenhuma cláusula de permanência para 2018. Assim como não havia também na aliança entre o PSDB e o PCdoB. Tanto que logo no segundo turno Flávio Dino votou na Dilma do PT, e fez questão de anunciar aos quatro cantos. Ninguém cobrou nada, nem o chamou de traidor. Mais tarde saiu pelo Brasil chamando os aliados de 2010 e 2014 de golpistas.
Não vejo ninguém cobrando coerência do PT, por exemplo, por ter apoiado o grupo Sarney e agora defender, entre muitos dos seus dirigentes, uma aliança com o PCdoB. Mas parece que comigo exigem uma espécie de fidelização ao passado que não encontra nenhuma justificativa política.
Imparcial – O senhor se considera pronto para disputar o governo contra Flávio Dino? Por quê?
Roberto Rocha –A política em si mesma é uma prontidão. Quem responde por isso é a minha biografia.
Imparcial – Recentemente, o deputado estadual Othelino Neto (PCdoB) criticou a sua postura como senador e disse que o senhor “nada fez pelo Maranhão” e que estava arrependido de ter apoiado sua candidatura ao Senado. Como o senhor recebeu estas críticas?
Roberto Rocha – Recebi com a tranquilidade de quem sabe o preço que se paga por ter posições firmes e claras. O juiz do meu trabalho é o povo do Maranhão. Não é um deputado a mando de seu grupo político.
Como até agora se negam a entender para que serve um senador, certamente saberão em 2018. E, em seguida, saberão também para que serve um governador.
Imparcial – Como o senhor recebe as críticas de que estaria “isolado” no cenário político por ser “egocêntrico”?
Roberto Rocha – Nós vivemos numa cultura política de servilismo. Quem não se submete, como eu, acaba recebendo esses mimos que eu acolho como troféus.
Imparcial – O que o PCdoB significa para o senhor atualmente? Existe alguma mágoa da sua parte com o PCdoB? A aliança com o PCdoB foi apenas um trampolim para conseguir chegar ao Senado?
Roberto Rocha – Como o PSB, que é muito maior que o PCdoB, poderia ser um trampolim? Não seria o contrário?Isso é uma incompreensão do que seja uma aliança política. Até onde eu sei, basta ver a entrevista do deputado Othelino, é o PCdoB que está revelando mágoas, a ponto de ser deselegante com a soberania do voto popular que me elegeu.
Imparcial – Será que o deputado acha que se elegeu exclusivamente por causa dos outros. Ele não tem história, não tem valor?Imparcial – O que fez a sua relação com o PCdoB azedar?
Roberto Rocha – A incapacidade do PCdoB de superar sua intoxicação ideológica e abraçar verdadeiramente um projeto de desenvolvimento capitalista para o Maranhão, como havia prometido durante a campanha. O partido se apequenou ao se fechar numa ostra doutrinária que não dialoga com as forças empreendedoras que poderiam liberar o potencial de crescimento do Maranhão.
Flávio Dino, como outros, prefere explorar a pobreza, para dela tirar proveito político. Eu, ao contrário, prefiro explorar a riqueza, para promover justiça social.
Imparcial – A presença da ex-governadora Roseana Sarney atrapalha ou ajuda a sua pré-candidatura?
Roberto Rocha – Quanto mais candidaturas houver, melhor. O importante é que a população confronte as ideias e vote com clareza sobre o melhor rumo para o Maranhão.
Imparcial – E Maura Jorge? É um nome que preocupa? O que a pré-candidatura dela representa?
Roberto Rocha – Representa, como eu disse, a oferta de mais uma alternativa para o eleitor.
Imparcial – E como está a sua relação com o PSDB? O senhor tem interesse em voltar ao ninho tucano? O senhor quer disputar as eleições pelo PSDB?
Roberto Rocha – Minha relação com o PSDB é a melhor possível. Recebo, diariamente, acenos para voltar ao ninho tucano. Mas tenho dito e reitero que meu objetivo é disputar as eleições pelo PSB. No entanto, não nego a possibilidade de, se a dinâmica política exigir, empunhar novamente a bandeira da social-democracia.
Imparcial – Hoje, o vice de Flávio Dino é Carlos Brandão, do PSDB. Como é a sua relação com Brandão? Não seria uma incoerência o seu retorno ao partido para concorrer ao governo tendo o Brandão como braço-direito do governador? O PSDB tem de romper com o PCdoB?
Roberto Rocha – Tenho apreço pelo Brandão, mas nem ele nem eu somos maiores que os partidos. O PSDB sempre foi historicamente rompido com o PCdoB, mas você só vê incoerência se eu voltar ao PSDB, mas não vê incoerência no PSDB se alinhar a um adversário histórico. E nem vê incoerência no governador usar a máquina do governo para cooptar meu partido.
Imparcial – O que o leva a acreditar ser o próximo governador do Maranhão?
Roberto Rocha – Eu submeto meu nome ao julgamento popular. Não me coloco como próximo governador, o que seria pretencioso da minha parte.
Imparcial – Qual candidato o senhor pretende apoiar para o Senado? O nome da deputada federal Eliziane Gama agrada para estar na sua chapa? O senhor já conversou com ela ou com outros políticos para formar a sua chapa?
Roberto Rocha – Ainda é muito cedo para conversar sobre composição de chapas. Por mais que eu respeite e admire a deputada Eliziane, qualquer antecipação de nomes seria mera especulação.
Imparcial – Senador, como o senhor analisa os pré-candidatos ao Senado? Qual deles têm mais chances do conseguir ser eleito? Sarney Filho seria um bom nome para o Senado? O que será determinante nesta eleição?
Roberto Rocha – As pesquisas têm demonstrado que não há favoritismo, por enquanto. Há vários nomes com grande potencial para serem eleitos, mas o que determinará isso será a consistência das alianças e a capacidade das coligações de conquistar o coração e a mente dos maranhenses.
Imparcial –Recentemente, o senhor rebateu algumas críticas do ex-deputado e candidato ao Senado em 2014, Gastão Vieira. O senhor acha que ele tem condições de conseguir uma vaga para o Senado desta vez?
Roberto Rocha – Dependendo da engenharia política, da conjuntura que ele estiver, é claro que tem condições de conseguir se eleger. As pesquisas não deixam dúvidas de que o ex-deputado é um player que está no jogo.
Diferente de deputado, ninguém se elege senador fruto de uma campanha, e sim de uma história.
Ele tem estrada, tem história.